Todos nós nascemos com o mesmo "objectivo": morrer.
A morte é quando tudo acaba, quer queiramos quer não, tudo o que conhecemos acaba ali, quando o nosso corpo deixa de nos levar aos nossos sítios de eleição, quando a nossa imaginação não nos permite mais imaginar como será o futuro, porque já não vai existir mais futuro, nunca mais.
A vida é feita de ciclos, mas que na realidade nunca se repetem. Nós nunca vemos a mesma coisa exactamente igual duas vezes. Vê-mo-la a primeira vez e pronto, é a única. Nunca mais vai voltar a ser a mesma. O mesmo se passa com tudo aquilo que já vivemos, vimos, sentimos, presenciámos, respirámos (...). Nada se repete.
O que estamos a viver agora, vai acabar. Eu vou deixar de ser uma adolescente que ambiciona coisas inalcançáveis, vou deixar de usar a mesma roupa, vou deixar de dormir em casa dos meus pais, vou deixar de ter alguns amigos, vou deixar de ter tempo para os meus (alguns) amigos, vou deixar de ter tempo para mim, vou deixar de sonhar com o amor perfeito, vou deixar de ser uma eterna adolescente apaixonada por surfistas morenos de olhos verdes, vou deixar de ser leoa com juba de leão, vou deixar...
Quando deixar tudo isto, vou saber o que são saudades, vou ler e estudar o que são as saudades e aí vou dizer que sinto saudades de não saber o que elas são, porque quando não as sentia era porque não tinha deixado nada.
Depois, quando finalmente souber o que são as saudades e estiver pronta a voltar a não deixar nada, vou morrer. E tudo vai acabar.
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