1992.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Para Os Homens.

As mulheres são complicadas. Tenho de dar razão aos homens.
Por muito que vos doa o ego, meninas, temos de dar razão aos homens, somos complicadas, e é mesmo verdade.
Nós mulheres somos um ser com 1001 caras, maneiras, feitios e jeitos, nunca somos iguais a ontem nem a amanhã, porque nunca sabemos como foi o ontem nem como será o amanhã.
Há dias em que penso que nada me é impossível. Há dias em que penso que não posso nada.
As mulheres são vítimas dos homens. Mas os homens conseguem ser ainda mais vítimas das mulheres. As mulheres têm armas poderosíssimas que nem os cientistas que inventaram as bombas nucleares conseguem destroí-las, porque também foram vítimas das (suas) mulheres.
Nós temos muitas maneiras de enganar, às vezes até sem querer.
Fomos abençoadas por um ciclo que durante pelo menos 30 ou 40 anos não nos larga e que remédio temos nós de o aturar, a ele e a todas as suas condições. Este ciclo é o nosso querido ciclo menstrual que nos atormenta as ideias durante 8 dias seguidos fora os restantes 3 ou 4 dias anteriores em que estamos no auge da impaciência e da tolerância 0.
Durante este ciclo que ao fim e ao cabo dura a vida inteira, a mulher tem várias fazes. Há uma em que a mulher está muito sensível, muito mole, é quando "lhe dói muito a cabeça" para certas e determinadas coisas, é um altura em que um homem deve ser paciente e carinhoso, muito mais que nos outros dias. Devem estar preparados para passarem um dia de sábado aconchegados no sofá com a sua princesa indisposta que precisa de mimos. Essa altura é cerca de uma semana antes do famoso amigo chegar. Depois há aqueles dias em que a mulher está tempestuosa e intolerante, e é melhor os homens se redimirem e fazerem as vontades às princesas. Depois vem a menstruação, é uma semana em que a mulher está indecisa e um homem anda sempre às aranhas com a situação. Para alegria dos homens as duas semanas depois da menstruação são perfeitas, a mulher está mais fugosa que nunca e só quer é "festa e diversão". Depois, volta tudo ao mesmo.
A mulher é um ciclo vicioso em que até ela mesma cai e vicia-se. É um arma poderosíssima, com a qual o melhor cientista do mundo, se ainda não foi atingido, vai ser.
É a mulher, e basta.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Seres e Coisas.

Olha para mim.
Sou uma humana. Sou uma gata. Sou um peixe. Sou uma leoa. Sou chinesa. Sou cubana. Sou francesa. Sou angolana. Sou uma samurai. Sou transparente. Sou de ferro. Sou de madeira. Sou uma fotografia esquecida. Sou uma hora qualquer. Sou um telemóvel cheio de funções e qualidades. Sou um sumo de frutas. Sou um leite com chocolate. Sou uma goma. Sou um limão. Sou um morango. Sou um melão. Sou azul. Sou laranja. Sou cor de rosa. Sou vermelha. Sou um pirilampo mágico. Sou um chiuaua. Sou um rotwailler. Sou perigosa. Sou uma cobra. Sou agradávelmente perigosa. Sou astronauta. Sou cirurgiã. Sou estilista. Sou professora. Sou empresária. Sou "ganhadora" de milhões. Sou humilde. Sou uma flor. Sou um espinho. Sou areia. Sou um autocarro. Sou um camião. Sou um avião. Sou uma sapatilha. Sou um salto de 12cm. Sou um pé descalço. Sou nariz. Sou boca. Sou orelhas. Sou uma heroína. Sou a super mulher. Sou a mulher-aranha. Sou a quinta tartaruga-ninja. Sou vilã. Sou a cruella deville. Sou a madrasta má. Sou fada madrinha. Sou a preguiça. Sou a rapidez.
Sou o que quiser, basta querer.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Cocktail's.

Tu és como a cerveja.
Todos nós, enquanto crescemos somos induzidos a exigir dos outros, a que exijam de nós e que exijamos de nós mesmos. Quando somos crianças os nossos pais começam a querer que falemos, e mesmo parecendo que não, exigem que falemos bem e depressa, e um dia vamos fazer o mesmo aos nossos. Quando entramos na primária, temos o nosso primeiro contacto com o ensino escolar e exigem-nos perfeição e rapidez. Depois entramos no primeiro ciclo, e depois o básico e o secundário, os três piores anos da nossa vida. É no secundário que nos é exigida a maior perfeição e dedicação. É aqui que exigimos mais, muito mais, de nós em todos os aspectos. Forçamos-nos a fazer com que sejamos perfeitos, mesmo que não acreditemos que somos, e é-nos exigido de nós mesmos atingir todos os nossos objectivos.
Há pessoas que exigem demasiado de nós.
Não são só as pessoas. Tudo exige algo de nós, às vezes até demais.
Mas tu não és como as pessoas nem como eu. És como a cerveja, és simples e não exiges nada de mim.
Não és como aqueles cocktail's que eu adoro, aqueles que são cheios de ingredientes e maneiras diferentes de se concretizarem e que exigem de mim uma boa forma e um fígado em condições apropriadas para absorve-los sem cair para ao lado no fim do segundo.
És como a cerveja, simples e sem corantes nem conservantes, és simples.
Lembra-te, eu não gosto de cerveja, portanto vê se começas a puxar mais, cada vez mais de mim e te transformas numa Margarita!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Escrita e Razão.

Tu és subtil e manhosa. Tens mil e uma maneiras de me atacar e consegues sempre fazer-me cair nos teus braços e perder-me nesse teu mundo recheado de satisfação e liberdade, e, é verdade, eu não podia pedir melhor!
Tu, mesmo que eu não queira, enrolas-me e enrolas-me, fazes-me mais de cem carícias e dás-me milhões de beijos, e eu caio em ti, mais uma vez, não consigo resistir-te, tu és imbatível e eu gosto demasiado de ti para te desiludir e não cair redonda na tua teia.
És uma musa que canta para me enfeitiçar, como aquelas que Camões descreve n'Os Lusíadas, e parece-me a mim que ele também foi levado por ti, tu não me amas só a mim como dizes quando queres que eu vá na tua onda, tu amas-me a mim e a pelo menos mais uns 50.000.000 de nós.
Mas acredita que tu és algo que eu não me importo de partilhar... Eu sei que apesar de te dividires em mais de 50.000.000 de pedaços há um que está especialmente destinado a mim.
Eu vou estar aqui sempre para ti, sempre, por quantos anos eu viva e reviva, eu vou estar aqui à tua espera, à espera que voltes a fazer-me mais uma promessa de amor eterno para que eu caia nos teus braços de novo. Enquanto eu respirar tu vais ser a minha maior fuga, e de todas as vezes que tu chamares eu vou estar presente! Vou transformar-te na minha melhor amiga, e fazer-te andar sempre comigo, minha verdadeira razão.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Irmãs e Mamãs.

Eu sou mulher, e como todas nós, tenho necessidades fisiológicas e emocionais.
Sou um tipo de gaja complicado. Complicado porque sou alguem que para além das necessidades fisiológicas e emocionais normais das mulheres, tenho mais necessidades ainda.
É, sou uma rapariga um bocado estranha e que gosta imenso de atenção, é disso que preciso de ti, e é isso que me dás mesmo quando não reparo, e principalmente quando sei que essa atenção me vai fazer passar por uma situação vergonhosa de adolescente, mas não me importa. A tua atenção cobre todos esses "problemas de vergonha".
Desde pequena que nunca te vi a dar-me muitos abraços e beijinhos como todas as mães normais dão aos seus filhos e se calhar é por causa disso que não sou muito de beijinhos e abraços e me chamam de fria, mas mostras-me toda a tua atenção quando te preocupas e me perguntas o que se passa e ficas a ouvir-me e a questionar-me, e é quando menos espero que me apoias e me dás as forças que necessito para ultrapassar tudo e todos.
Acredita que nunca pensei que esta aproximação entre nós fosse possível, porque nós discutimos todos os dias, por tudo e por nada, como as irmãs, e é isso que muitas vezes pensam que somos, irmãs.
Não sei se algum dia vais ler isto ou não, mas estas palavras são apenas um agradecimento por 18 anos!




Gosto muito de ti, Mamã!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

NUNCA.

As coisas vão, e vêm. Vão mais depressa do que vêm, mas vêm.
Há coisas que não vêm mais, e o que eu era, é uma delas. Eu nunca mais volto. Eu fui, eu era, e agora sou, já não era.
Tu tiraste-me algo que não se repõe e se retira de novo, quer dizer, eu acho que não, mas com estes avanços todos da tecnologia, talvez volte a conseguir chegar ao era de novo.
Eu acho que a vida não é um ciclo, nada é igual, e nada se repete. Nunca.
Procuras o que nunca vais encontrar, e eu sei que não, porque as coisas não se repetem. NUNCA!

sábado, 8 de maio de 2010

As Rectas São Uma Grande Seca.

Hoje estava a ver um programa na TV e vi uma entrevista que me chamou a atenção.
Era sobre o lançamento de um livro do actor Vitor Norte, cujo título é "As Rectas São Uma Seca". Presumo que este livro não fale de rectas em si, presumo que as rectas de que ele fala são uma metáfora para a vida e o quotidiano da vida, da dele, da minha, da tua, da de todos nós.
Eu sou uma pessoa que presume muitas coisas, e, assim sendo, presumo que ele não se importe que eu lhe roube o título do livro e o transforme no título deste texto.
Como já disse, presumo que ele esteja a referir-se às rectas do nosso quotidiano, e realmente tem razão! A vida em recta é uma (grande) seca!
Nós, seres humanos, gostamos muito de não ter trabalho com nada, nem mesmo com a nossa vida, nem que seja para a tornar melhor, e então fazemos da nossa vida uma recta simples, sem altos nem baixos, uma recta naquele meio termo em que nem tem um grande declive nem uma subida íngreme, é uma recta, uma simples recta. Eu acho que sou diferente... ou pelo menos tento.
Eu gosto muito de montanhas, não sei porquê, mas gosto, fazem-me sentir livre e fazem-me sentir viva, porque tenho um caminho a percorrer e um objectivo a alcançar, ainda que contenha muitas curvas e contra-curvas, muitas subidas íngremes e bastantes declives acentuados.
A vida de muita gente é uma recta. A vida de muita gente é uma montanha sem fim.
Eu gostava mesmo que a minha vida fosse uma montanha, e se fosse uma montanha russa, daquelas que havia no Parque Astérix em França, ainda melhor! Acho que até agora a minha vida tem sido uma montanha, e se não fosse não conhecia nem metade das pessoas que conheço, porque a maior parte delas encontrei-as numa curva, ou ajudaram-me a subir uma daquelas subidas mesmo complicadas, mas cheguei ao topo com elas, outras ajudaram-me a descer uma descida complicada e escorregadia, mantiveram-se sempre à minha frente para aparar cada escorregadela que dava!
Já tentei imaginar a minha vida sendo uma recta, mas ao fim de alguns minutos percebi que o Vitor Norte tem razão e as rectas são uma grande seca!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Conversas Do Tempo.


Somos mesmo indiferentes ao que se passa à nossa volta.
Não entendo esta nossa maneira de ser tão despreocupada para com os outros, esta nossa atitude de quem se está a marimbar para o que, e quem, nos rodeia.
As ruas deste nosso País, que em tempos foram tão recheadas de alegria e sorrisos, estão, agora, carregadas de sono e fadiga, de caras enfastiadas e de pessoas que parecem que estão com azia. Vemos, todos os dias, pessoas que nos são conhecidas mas nem assim lhes dizemos um simples "olá", não dizemos porque dá trabalho e os portugueses já não querem ter trabalho, e se sorrir já mexe com os músculos zigomático maior e menor, bucinador, orbicular, depressor do ângulo da boca e do lábio inferior, o elevador do lábio superior e a masseter, quanto mais dizer um "olá", que para além de termos de por estes nomes todos a fazer algo útil para a sociedade ainda temos de soltar um som através das nossas cordas vocais! Isto dá trabalho!
Outra coisa que nos é indiferente, mas pela qual somos TODOS controlados é o tempo. Ouço e digo todos os dias que nem damos pelo tempo passar e é verdade. Ainda no outro dia era Natal e já estamos no tempo da Cereja!
Hoje comentei com uma pessoa, que me é bem importante na vida, que o tempo passa tão, mas tão a correr que, sem dar por ela fiz 18 anos.
Para essa pessoa, um dia o tempo significou muito, por ser pouco. Deram-lhe 3 meses de vida, e todos nós perguntamos o que são três meses de vida... Ela hoje dá graças a quem lhe concedeu o dom da vida por esses 3 meses se terem transformado em 10 anos contados até hoje, e eu dou graças ao mesmo "fornecedor da sua vida" para que estes 10 anos contados até hoje se transformem em, pelo menos, 40!
Apesar de eu dizer que não, eu também sou controlada pelo tempo, e às vezes ele é pouco para tantos sonhos e afazeres diários, mas daqui para a frente espero dar pelo tempo passar e daqui a 64 anos poder dizer a quem encontrar no outro lado da vida que morri mas dei por isso!

Começos.

Eu sei que um dia todas estas palavras vão servir de consolo ou de risos irónicos de quem nunca entendeu qual era o motivo para serem escritas.
As pessoas deixam sempre de ter paciência para continuar algo que começaram, e isso acontece com tudo o que começamos, tudo.
Confesso, eu nunca fui muito de escritas, apesar de (agora) até gostar de o fazer, sempre fui mais de pinturas, massagens e estética, e todos me diziam que na realidade eu devia ser fisioterapeuta, mas o que querem que faça, não gosto muito das complicações da ciência, e se já complicado perceber os humanos de cada vez que olhamos para eles quanto mais de cada vez que os tocamos.
Aquilo que eu percebo melhor nos humanos é que são um bocado chatos, aborrecidos e impacientes, nunca estão bem com o que lhes é fornecido, daí começarem e não continuarem o que começam.
Quando for mais velha e abrir a caixa onde guardo todos os manuscritos do que escrevo aqui, e de muitas mais recordações, esses manuscritos não vão passar disso, recordações, mas enquanto eu tiver motivos para escrever, eu espero continuar o que comecei e compilar tudo em várias lombadas, com capa e contra-capa, guardar num cofre para que alguém descubra e faça deles o que quiser, porque é o que eu faço, faço o que quero.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Lavar As Ruas.

Se estas ruas falassem, contariam milhões de olhares e sorrisos de cumplicidade e sedução, contariam mil e um beijos escondidos e tímidos, mas beijos que têm vontade de ser mais do que beijos. Elas contariam também o que é o amor, e o que é o odio, e o que é a repugnância e a ganância, contariam as verdades das mentiras e as riquezas mal divididas.
Estas ruas explicariam-nos também a vida de várias vidas, contariam o amor de várias vidas que se juntaram numa só, contariam inúmeros solitários mas sorridentes, outros mais descontentes.
A calçada, se falasse, ia dizer-nos e fazer-nos acreditar que à noite é um hotel, não é muito luxuoso, mas sempre dá para um sono mal dormido.
As ruas são imensas, e fazem-nos acreditar que existe mais do que a nossa pobre visão alcança, fazem-nos acreditar que é possível descobrir o início e o fim do arco-íris, e que as auroras boreais não existem só no Canadá, mas também na rua com que nos cruzamos todos os dias.
Todos nós usamos estas ruas, fazemos delas o esconderijo das nossas lágrimas e lamentações, fazemos delas o espectador principal dos nossos sorrisos e alegrias, fazemos das ruas os juris daquilo que trazemos vestido saímos para as ruas só para mostrar o nosso vestido novo de engate, muitas vezes eu própria faço das ruas um local onde é permitido um beijo mais ousado, daqueles que têm vontade de ser mais do que um beijo, e sei que todos o fazem, as calçadas são bancos de jardim, onde nos sentamos milhões e milhões de vezes, são palco de tantas vozes, ou de estátuas humanas, umas de barro, outras de uma maquilhagem toda psicadélica, ou então têm um simples lençol branco e "oferecem-nos" chupa-chupas.
Ainda assim, depois de todos nós nos servirmos destas ruas e destas calçadas, não as lavamos para que amanhã venham outros fazer dela tudo o que nós fizemos hoje, nós servimo-nos das ruas e das calçadas e ainda lhes cuspimos em cima.

sábado, 1 de maio de 2010

Cozinhados.

Mais uma vez, lá estava eu à tua espera. Eram 22h00 e eu estava à tua espera para jantar, de novo.
Sou uma parva, estrago comida todos os dias do mês, estrago a tua e a minha, ou achas que depois de me deixares duas horas à tua espera ainda tenho algum apetite para comer seja o que for?
Não entendo porque é que depois de tantos anos casada contigo eu ainda espero por ti, a sério que não entendo. É que já não é a primeira vez, ou a segunda, ou a terceira, há dez anos que espero por ti, mas tu nunca chegas para me acompanhares num gole do copo de vinho tinto ou numa garfada do bacalhau com natas que tu gostavas tanto que eu cozinhasse.
Há momentos em que penso que o defeito é meu, e se calhar até é. Se calhar sou eu que sou má mulher, má dona de casa, má cozinheira, má esposa, má... mas se o defeito é realmente meu, diz-me! Prefiro que me magoes com a verdade do que me mates com a mentira, é o que todos dizem, e eu faço parte desse "todos".
Explica-me por favor o porquê desses atrasos, é que eu não consigo perceber... ou melhor, se calhar até consigo, mas não quero. Não quero pensar sequer no motivo mais óbvio, não tenho estômago, muito menos coração para pensar nisso, quanto mais para ter a certeza de que realmente arranjaste outra, uma que te faz sentir mais homem, mais marido, mais capaz, ou então que cozinha melhor que eu e o bacalhau com natas dela te satisfaz mais do que o meu...
Chegas por fim, eu estou no sofá, adormeci entretanto, mas como estive sempre com as antenas no ar, dou pela tua chegada e acordo, tu das-me um beijo e dizes-me que tiveste um dia mau, que os teus colegas de trabalho são todos uns falsos e que ninguém dá valor ao teu trabalho, e eu ouço, atenta, o teu dia, e tu, nem me perguntas como estou, quanto mais como foi o meu dia.
Vê se entendes que eu já me cansei de estar à tua espera!

Beijos Gelados.

Lembro-me perfeitamente de como tudo começou... Eu estava nervosíssimo, mais do que o normal para um homem secalhar, mas afinal, era o dia do meu casamento caramba!
Eram 7h00, levantei-me tomei um duche que me relaxou um pouco, vesti uns jeans e uma sweat quaisquer e fui ter com o Luís, o meu melhor amigo, para irmos ao barbeiro. Queria estar lindo para ti! Uau, eu a dizer que queria estar lindo para alguem... Um pouco estranho, hun? Mas bom, adiante!
Eram mais ou menos 9h00 quando cheguei a casa dos meus pais de novo, comecei a vestir a camisa, as calças, depois o colete e por fim o casaco do fraque do meu avô, confesso que me sentia um pouco grilo, mas achei piada! O Luís estava todo aperaltado, como eu nunca o tinha visto, nem no dia do baile de finalistas do liceu!
A minha mãe estava tão nervosa, acho que estava mais nervosa que todos nós juntos, o meu pai estava com um brilho especial no olhar, via-se que estava orgulhoso de mim, afinal, eu era o primeiro filho a acabar um curso superior, a ter um bom emprego, a estar prestes a casar!
A hora da cerimónia estava marcada para as 11h30, mas como tradição tu chegaste atrasada à igreja!
Eu estava no altar, a pensar como será que tu estavas, se realmente iamos casar ou se me ias abandonar no altar, estava mesmo com medo que algo de mal acontecesse, eu sou um ser humano, tenho sentimentos e um dos que mais manifesto é o medo... Tu chegaste, finalmente, acompanhada pelo teu pai, estavas linda, não via mais nada senão a ti, a minha futura Esposa! Chegaste até mim, e eu dei-te um beijo no rosto, os teus olhos e o teu sorriso brilhavam mais que o sol, estavas magnífica!
Eu só queria ouvir o teu sim, colocar-te a aliança da nossa união no teu anelar esquerdo e sair dali e ter-te para sempre, como sempre sonhei!
Quando chegou o momento do beijo entre, finalmente, Marido e Esposa, aproximei-me de ti e beijei-te... Comecei a sentir algo gelado nos meus lábios, não sabia o que era mas era geladíssimo, e então acordei. Afinal estava a beijar a mármore da minha mesinha de cabeceira, e tudo não passava de um sonho.