1992.

sábado, 1 de maio de 2010

Beijos Gelados.

Lembro-me perfeitamente de como tudo começou... Eu estava nervosíssimo, mais do que o normal para um homem secalhar, mas afinal, era o dia do meu casamento caramba!
Eram 7h00, levantei-me tomei um duche que me relaxou um pouco, vesti uns jeans e uma sweat quaisquer e fui ter com o Luís, o meu melhor amigo, para irmos ao barbeiro. Queria estar lindo para ti! Uau, eu a dizer que queria estar lindo para alguem... Um pouco estranho, hun? Mas bom, adiante!
Eram mais ou menos 9h00 quando cheguei a casa dos meus pais de novo, comecei a vestir a camisa, as calças, depois o colete e por fim o casaco do fraque do meu avô, confesso que me sentia um pouco grilo, mas achei piada! O Luís estava todo aperaltado, como eu nunca o tinha visto, nem no dia do baile de finalistas do liceu!
A minha mãe estava tão nervosa, acho que estava mais nervosa que todos nós juntos, o meu pai estava com um brilho especial no olhar, via-se que estava orgulhoso de mim, afinal, eu era o primeiro filho a acabar um curso superior, a ter um bom emprego, a estar prestes a casar!
A hora da cerimónia estava marcada para as 11h30, mas como tradição tu chegaste atrasada à igreja!
Eu estava no altar, a pensar como será que tu estavas, se realmente iamos casar ou se me ias abandonar no altar, estava mesmo com medo que algo de mal acontecesse, eu sou um ser humano, tenho sentimentos e um dos que mais manifesto é o medo... Tu chegaste, finalmente, acompanhada pelo teu pai, estavas linda, não via mais nada senão a ti, a minha futura Esposa! Chegaste até mim, e eu dei-te um beijo no rosto, os teus olhos e o teu sorriso brilhavam mais que o sol, estavas magnífica!
Eu só queria ouvir o teu sim, colocar-te a aliança da nossa união no teu anelar esquerdo e sair dali e ter-te para sempre, como sempre sonhei!
Quando chegou o momento do beijo entre, finalmente, Marido e Esposa, aproximei-me de ti e beijei-te... Comecei a sentir algo gelado nos meus lábios, não sabia o que era mas era geladíssimo, e então acordei. Afinal estava a beijar a mármore da minha mesinha de cabeceira, e tudo não passava de um sonho.

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